Flamengo vira, mantém escrita de 16 jogos sem perder para o Vasco e sobe na tabela

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Jogadores do Flamengo comemoram o primeiro gol Foto: Alexandre Cassiano

O destino tentou pregar uma peça em Bruno Henrique. Criador do termo “Outro patamar” no último clássico entre Flamengo e Vasco pelo Brasileiro de 2019, o atacante falhou e quase foi o responsável pela derrota que poria fim a um jejum de mais de quatro anos. Mas teve tempo para se redimir e fazer o gol da virada por 2 a 1 que manteve a escrita dos rubro-negros sobre seu rival.

— (Patamar) É uma palavra que hoje todo mundo fala. Mas rivalidade é só dentro de campo mesmo. A gente joga para ganhar, e eles também. Nada contra o Vasco — comentou Bruno Henrique, mostrando mais cuidado com as palavras. — Nosso time está de parabéns pela performance, pelas jogadas que vem fazendo, pelo trabalho no dia a dia com o Dome. A gente está crescendo e quer chegar lá em cima quando terminar o campeonato.

O Flamengo chegou ao terceiro triunfo consecutivo. E alcançou a parte de cima com a qual Bruno Henrique sonha. Com 27 pontos, encostou no líder Atlético-MG. Mas o mineiros ainda jogam na rodada.

Para se manter na caça ao líder, os rubro-negros vão precisar encarar uma maratona esta semana. Serão três jogos. Na terça, recebem o Goiás, no Maracanã. Dois dias depois, o Bragantino. Já no domingo, visitam o Corinthians, em São Paulo.

Já o Vasco agora completou 16 jogos sem vitórias no Clássico dos Milhões. Tão grave quanto esta seca é o jejum de triunfos no Brasileiro. Com a terceira derrota seguida, os cruz-maltinos completaram cinco rodadas sem saber o que é levar a melhor sobre os adversários e estão estagnados nos 18 pontos. O time que já foi líder do Brasileiro por uma rodada, pode se afundar na segunda metade da tabela no complemento da rodada.

— A gente precisa reencontrar nosso inicio de campeonato, de uma equipe aguerrida, que em nenhum momento desistia dos lances e que sofria poucos gols — lamentou Fernando Miguel. — A gente se dedica todo dia. Todos esperam que as coisas aconteçam da melhor forma. Mas não estão acontecendo.

O Vasco só volta a jogar pelo Brasileiro no domingo. Enfrenta o Internacional, fora de casa.

FLA COMEÇA LENTO E VASCO SE APROVEITA

No primeiro tempo, apenas o estilo de jogo diferenciava as duas equipes. Enquanto o Flamengo tentava avançar ancorado no jogo posicional de Domênec Torrent, o Vasco seguia a cartilha de quem vive um período de transição. Sem tempo para treinar os jogadores após a demissão de Ramon, o interino Alexandre Grasseli montou a equipe de modo a encurtar as linhas de marcação em sua própria área e apostar no contra-ataque em velocidade. O ‘Ramonismo’ ficou para trás.

Bem na marcação, os cruz-maltinos ainda se aproveitaram do vacilo de Bruno Henrique, facilmente desarmado por Cayo Tenório aos 9. O lateral invadiu a área e cruzou para Talles Magno, livre da marcação de Matheuzinho, abrir o placar.

A lentidão do Flamengo facilitou a tarefa dos vascaínos, que tinham tempo de sobra para a transição defensiva. Os rubro-negros foram para o intervalo com 66% de posse de bola, mas sem ter levado perigo ao gol de Fernando Miguel. O time tinha mais facilidade para avançar pela direita, mas a falta de costume de Gerson em atuar como ponta fez com que as jogadas não prosperassem por ali.

No que se tornou comum nos jogos do Flamengo, o time voltou com nova postura. E conseguiu o empate rápido, aos 2, quando Leo Pereira desviou com a cabeça a cobrança de falta de Diego.

Mas o grande salto da equipe rubro-negra foi dado a partir da entrada de Michael no lugar de Diego. Não que o camisa 10 fizesse má partida. Só que, com a mudança, Gerson passou a atuar centralizado e o atacante assumiu a ponta. Melhor para todos.

O gol da virada não envolveu nenhum deles. Mas saiu justamente quando o Flamengo já dominava o jogo. Aos 24, Thiago Maia fez ótimo lançamento para Bruno Henrique, sozinho na fente. Fernando Miguel foi mal na dividida e a bola sobrou com o atacante, que finalizou para garantir a vitória e ainda consertar seu erro no começo da partida e que quase custou os três pontos.

A vitória rubro-negra ainda esteve ameaçada aos 39, quando Cano concluiu o bom passe de Guilherme Parede. Mas o lance foi anulado pelo VAR por impedimento. O quase empate animou os vascaínos, que pressionaram nos minutos finais. Sem sucesso.

Fonte: Extra.globo