Protestos e pandemia enfraquecem Trump, que vê rival abrir 13 pontos de vantagem em pesquisa eleitoral

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O candidato presidencial democrata Joe Biden abriu uma vantagem de 13 pontos em relação ao presidente Donald Trump, a maior diferença deste ano, de acordo com a mais recente pesquisa da Reuters/Ipsos, à medida que os americanos se tornam mais críticos com Trump em relação à pandemia do novo coronavírus e sobre os protestos contra a brutalidade policial. Na mesma pesquisa, feita em 12 de maio, essa diferença era de 8 pontos.

Em outras seis pesquisas nacionais divulgadas nesta segunda-feira, nos EUA, o presidente Donald Trump aparece com pelo menos 9 pontos percentuais atrás do candidato democrata Joe Biden.

No levantamento da Reuters/Ipsos feito entre 10 e 16 de junho, 48% dos eleitores consultados disseram que apoiariam Biden, o provável candidato democrata nas eleições de 3 de novembro, enquanto 35% disseram que apoiariam Trump. Biden será oficializado como candidato em agosto, na Convenção Nacional Democrata.

A vantagem de Biden é a maior registrada pela pesquisa Reuters/Ipsos desde que os democratas começaram as prévias de indicação nos estados para escolher o candidato de seu partido que desafiará Trump em novembro.

A pesquisa Reuters/Ipsos também mostrou que 57% dos adultos americanos desaprovavam o desempenho de Trump no cargo, enquanto apenas 38% aprovavam, marcando o menor índice de aprovação de Trump desde novembro, quando o Congresso estava conduzindo uma investigação de impeachment contra o presidente republicano.

Em um sinal de alerta claro para Trump, sua própria base de suporte parece estar em erosão. A aprovação líquida de Trump pelos republicanos despencou 13 pontos de março a junho, caindo todos os meses nesse período.

A mudança de opinião ocorre quando os americanos são assolados pela pandemia do novo coronavírus, pelo colapso econômico e pela manifestação de raiva e frustração após numerosos confrontos violentos entre a polícia e os negros, incluindo a morte no mês passado de George Floyd, enquanto estava sob custódia da polícia de Minneapolis.

Trump, que descartou a ameaça do coronavírus no início, brigou com os governadores estaduais que tentavam retardara disseminação da doença e pressionou as autoridades a permitir a abertura das empresas, apesar das advertências de especialistas em saúde sobre o aumento dos riscos de transmissão da Covid-19.

Mais de 116 mil pessoas morreram nos Estados Unidos por causa do novo coronavírus e mais de 2,1 milhões de pessoas foram infectadas, de longe o recorde nagativo no mundo. Alguns estados que reabriram, como Flórida, Arizona e Texas, estão vendo um salto nos casos.

No total, 55% dos americanos disseram que desaprovavam a maneira como Trump vem tratando o assunto coronavírus, enquanto 40% aprovavam (menor índice de aprovação líquida para o presidente sobre este tema desde que a Reuters/Ipsos começou a pesquisar a questão no início de março).

O presidente também foi criticado por suas reações aos protestos provocados pelo assassinato de Floyd.

Enquanto quase dois terços dos entrevistados tinham simpatia com os manifestantes, segundo a pesquisa, Trump flertou abertamente com o envio de militares para “dominá-los”. No início deste mês, a polícia de Washington removeu violentamente manifestantes pacíficos para que Trump pudesse posar para fotos em frente a uma igreja perto da Casa Branca.

Como os negócios fecharam no país, por causa dos bloqueios pra conter o avanço do novo coronavírus, os americanos, cada vez mais, fixaram o foco para a economia e os empregos como uma das principais preocupações.

Nessa área, Trump ainda tem vantagem sobre Biden: 43% dos eleitores pesquisados disseram que pensam que Trump seria um administrador melhor da economia do que Biden; 38% disseram que Biden seria melhor.

A pesquisa Reuters/Ipsos foi realizada online, em inglês, nos Estados Unidos, e obteve respostas de 4.426 adultos americanos, incluindo 2.047 democratas e 1.593 republicanos. A pesquisa tem margem de erro de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.

Fonte: Yahoo