Miliciano ligado a Flávio estava em sítio de vereador do PSL com 4 armas e 13 celulares

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Material apreendido após a morte do ex-capitão do Bope Adriano da Nóbrega, apontado como chefe de milícia da Zona Oeste

O miliciano Adriano da Nóbrega, que morreu na manhã deste domingo (9) após uma operação das polícias da Bahia e do Rio de Janeiro, estava escondido no sítio de um vereador da cidade de Esplanada (BA), filiado ao PSL (partido pelo qual Jair Bolsonaro e seus filhos foram eleitos em 2018 e do qual saíram no final de 2019 para criar um novo, a Aliança pelo Brasil).

A casa é de Gilson Batista Lima Neto, conhecido como Gilsinho da Dedé. Ele disse que a propriedade estava vazia, que não tinha qualquer relação com o ex-policial militar e que só soube da operação porque um vizinho lhe telefonou para avisar da movimentação.

“Estou em Recife desde terça e hoje pela manhã recebi uma ligação de um vizinho dizendo que estava tendo um assalto, que a polícia estava atrás. Tentei entrar em contato com outras pessoas que estavam lá, comecei a receber mensagens sobre o acontecido e depois pela mídia soube que era esse Adriano”, disse ele por telefone à Folhapress.

Gilsinho afirma que logo depois ligou para o delegado da cidade para confirmar se era mesmo o seu sítio e perguntar se ele precisava de alguma informação, mas teria ouvido dele que a operação era da polícia especializada da Secretaria de Segurança Pública e que não tinha detalhes.

A ação deste domingo apreendeu, segundo a polícia, quatro armas, 13 celulares e sete cartões de chip na casa onde ele estava. Segundo a polícia baiana, Adriano teria em sua mão uma pistola austríaca calibre 9 mm e, em diferentes cômodos do imóvel, teriam sido achadas mais duas espingardas, um revólver e 13 celulares.

Adriano da Nóbrega tinha ligação com o filho mais velho do presidente, o hoje senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ). Flávio empregou em seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio, entre 2007 e 2018, a ex-mulher e a mãe do miliciano. Adriano também é citado na investigação que apura a prática de “rachadinha” no gabinete de Flávio.

Quando Gilsinho se elegeu vereador, em 2016, o PSL era aliado ao governador Rui Costa, que é do PT. “Eu voto mais aliado à esquerda. Votei contra Bolsonaro, votei em Haddad. O PSL aqui na Bahia na eleição passada era aliado à base do governo. Posterior a isso é que o presidente ingressou”, diz Gilsinho.

Ele diz que quer sair do partido neste ano, em abril, quando abre-se uma brecha na regra da fidelidade partidária, que proíbe os políticos de se desvincularem do partido pelo qual foram eleitos, sob pena de perderem o mandato.

Com Folhapress

Fonte: Yahoo